Onde andará o mestre agora,
recluso entre nuvens e alfarrábios?
talvez repousando entre sábios
no refúgio luminoso da aurora
Possível, é também, que agora esteja
no convívio de jagunços e soldados
cavaleiros dos sertões agora armados
no fraterno conviver que a morte enseja
Recolhido pode estar entre manhãs
cintilando como estrela sertaneja
novo astro batizado Calasans
O certo, todavia, é que moureja
José poeta etéreo que apascenta
Conselheiro acalentando almas cristãs
Poema escrito em Salvador no mês de março de 2002 e publicado no jornal A Tarde de 25 de maio do mesmo ano. Manoel Neto é historiador, pesquisador e professor da Universidade do Estado da Bahia.